segunda-feira, 20 de junho de 2011

Voa, gavião, nas graças da aurora.

É mulher de fibra e vontade de gravitar.
Menina que conquista ao dar o ar da companhia,
e envolve com cheiro doce e acre de graviola.

Vem!
Pinta e borda o rosto com tuas mãos de fada.
Agarra o mundo com tuas garras de gavião.
Faz poesia sem palavras,
faz graça com teu graveto.

Corra!
Corra com tuas tesouras, pincéis e gravuras.
Assim tua sombra iluminará,
tua textura encantará.
Teu prender libertará,
tua queda transformará.

Não é gavião.
Não é graviola.
Não é greve.
Não é grave.
É leve.
Não é Maria,
porém cheia de graça.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Escrevo quando transbordo ao escrever

Sim, musiquei toda a minha vontade. Não que sou melhor escrevendo quando estou triste. A angustia faz parte de mim há tempos. Por que não aproveitar? A letra serve para isso: a escrita embeleza a língua. A letra te permite ser adorado. Você cria o seu mundo por caracteres. Você coloca diante de si um desabafo, um encanto, uma obsessão. Um momento de idealização plena; é simplesmente lindo. Podes andar em círculos, falar sem dizer nada, e mesmo assim, expressar-se. Ou dizer muito, pontuando, indicando, dando nomes. E o melhor das palavras? Eternizar. Se fazer entender. Dramatizar, sintetizar. Descrever a fumaça de um cigarro. Relatar fatos. Inventar uma galáxia com 30 mil anos de humanidade. Transformar as palavras em um espelho sincero. É o que sempre me disse Aurora, mulher rápida e de poucas palavras.