segunda-feira, 17 de outubro de 2011
sábado, 1 de outubro de 2011
O Pulsar e a Métrica.
Um breve momento de silêncio fez com que ele prestasse atenção no que ocorria em seu corpo. Barulho de articulações, o bruxismo, a respiração e a forma que o ar é espirado, o cérebro – ou o que deduzimos ser o som natural de nossa mente. Como um trompete, o estômago faminto. O som dos ouvidos fadigados formando um dueto de violino e viola clássica e os dedos tamborilando como um tamborim. Não por menos que as narinas se tornem clarinetes e o olhar distante do silêncio regendo com a battuta, furiosa e graciosamente. Poderia fazer parte de um clube do silêncio, uma mini orquestra egoísta. Os compassos se alteram e o ritmo é assimétrico. O corpo se expande como caixa acústica vibrante. No hay banda, silenzio. There is no band.
Essa beleza sonora tem cheiro e cor. Tem textura aveludada, branca, faz lembrar de tempos que não habitávamos corpos e a consciência é flutuante. Eleva a uma não-dimensão ausente, onde o único sentido é o som sinestésico. É a dama da noite interpretando o cisne branco no ápice de seus movimentos, e, num átimo, repousa. Para assim tornar-se uníssono.
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