segunda-feira, 4 de junho de 2012

Loucura: a clemência de/para uma mente sã.


Saturno devorando um filho, Francisco de Goya.


O medo da loucura esquizofrênica se mostra constante. Isso seria uma realidade virtual simulada? Estaríamos em cápsulas individuais, crânios que separam nossos sonhos e imaginações, onde a loucura é nossa própria vida como um todo? 

O louco é consciente em sua própria inconsciência. O louco apenas sofre - ou alivia-se - com o que cria sozinho. O medo de enlouquecer é a válvula que enlouquece minha consciência só. De fora, apenas demência e transtornos. Confusões e divagações. De dentro, um grito desesperado por não suportar a existência volúvel, vazia, efêmera. Por sua vez, a mente se protege do confuso e mente para si: alucina, inventa e se faz lúdica para parecer lúcida; a insuportável realidade mata o ser que enxerga demais. Por sua vez, este cega-se para esconder-se de si mesmo e de quem o cobra por manter-se são. Ora, e ainda é considerado louco por não querer compartilhar da loucura social, coletiva e generalizada.

Gosto da proximidade de algumas palavras supracitadas: lúdico, lúcido, louco, mente (verbo), mente (substantivo), demente. O quão afastadas se encontram? Provavelmente têm a mesma distância entre a sanidade e a esquizofrenia social.

2 comentários:

eve disse...

Maravilhoso, a loucura não cabe em si e quando transborda são chamados de loucos

Ananda Scaravelli disse...

Todo mundo é um pouco louco, mesmo que diga que não, afinal de contas o que é o normal além de um padrão estabelecido, hehe.