Me parece redundante que aqui esteja eu justificando meus motivos por escrever, vomitar palavras, organizar pensamentos sobre uma folha – ou sob uma tela. Transbordo ao escrever, busco a perfeição platônica na gramática.
Escrevo também porque me apaixono pela forma que as letras tomam, independente se o que tiver escrito seja y, p, q, f, d, t, l ou z. Escrevo, pois assim me livro do que minha memória quer terceirizar; não seria bem um exercício de esquecimento, mas um memorando à posteridade.
Escrevo pela mesma ânsia e mesma intensidade que fumo, como, me apaixono, amo, bebo, trepo, corro, e durmo tão profundamente que mesmo Morfeu me inveja. Escrevo também, pois algumas palavras ficam melhores lidas, do que ouvidas – ou então mais belas aqui no branco do papel que no rosado dos lábios.
Tu ficas mais bonito, da mesma forma, sorrindo. Teu cheiro é mais gostoso misturado ao meu, do que na solidão de uma bucólica lagoa no leste. Eu fico completo com sua voz, ora rouca e ora malandra. Chama-me atenção esse olhar terno, brilhante e como quem pede uma atenção que meu olhar tenta suprir esse pedido. Me parece que um tenta absorver positivamente o outro e multiplicar – com certos requintes de teimosia – o que cada um guarda de melhor: jovialidades, inteligências, conversas, risadas, choros, ternuras e carinhos.
É dessa forma que gosto da letra, de transpor os sentidos e sentimentos na folha. Gosto de sentir, e gosto de ti.
Um comentário:
Amo,amei amarei esse texto porque ele me transporta à você Murilo.
O nosso menino hoje feito homem
que transmite as palavras e toca
aos corações!! bjos
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