Assim segue uma metamorfose progressiva e solitária de autoconhecimento: preciso aprender a ser só, escreveu Marcos Valle, cantou Elis Regina, Tom Jobim e tantos outros. Não creio que estes tenham anunciado uma ode ao eterno solitário, mas que tenham cantado que para não cairmos numa das maiores desgraças humanas – a solidão existencialista do ser – precisamos nos ver nessa condição e nos identificarmos, apesar de (e mesmo que) tão diversas que sejam as nossas aspirações e que tais não signifiquem o detrimento do sonho alheio.
Na realidade, deveríamos arquitetar a compreensão do outro como humano e igual nas condições – apesar de toda diversidade que nos torna contraditoriamente unos e distantes. Podemos almejar sim, ter ambições; mas ainda assim lançar um novo e renovado olhar aos nossos tão diferentes semelhantes. Este ano tem sido uma saída do casulo que criei por duas décadas, está sendo o meu momento de fazer a diferença – ambiciono o mundo, mas fico feliz (por ora) se eu atinja a mim mesmo.
Então, pois, traço rumos pessoais que espero algum dia serem um espelho de lembranças e memórias dignas de um orgulho não arrogante. Termino, então, com reticencias, para que meus pensamentos sobre mim mesmo e sobre o mundo não tomem a forma de um conservador, engessado, seco e autoritário ponto final solitário (...)